Jogar videogame no Brasil não é fácil: os impostos que incidem sobre os consoles e jogos, especialmente se importados, promovem estes produtos à categoria de “objetos de desejo”. E, de certa forma, sempre foi assim.A pedido do UOL Jogos o economista Samy Dana, professor da FGV e colunista da Folha de S. Paulo calculou quanto custariam consoles e portáteis antigos, do Atari ao Nintendo 64, passando pelo Game Boy, caso fossem lançados nos dias atuais.
Para se ter uma ideia, se o Atari fosse lançado hoje no Brasil pelo preço equivalente aos Cr$ 160.000 dos idos de agosto de 1983, custaria cerca de R$ 1.350. Já um Master System, que saía por Ncz$ 1.500 em setembro de 1989, hoje alcançaria a bagatela de R$ 2.800. P.S.: estamos falando em Cruzeiro e Cruzado Novo, respectivamente.
O índice de correção utilizado foi o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mas Dana avisa: “O índice de inflação é uma cesta de consumo: alguns focam pelo varejo, atacado etc., mas todos têm falhas e limitações”.
Além disso, é preciso ter em mente que muitos consoles antigos, como o próprio Atari, o Super Nintendo ou o Mega Drive, eram fabricados no Brasil, o que garantia benefícios fiscais.
E outra: comparadas às décadas de 80 e 90, especialmente, o poder de compra do brasileiro aumentou bastante. “Nos dias de hoje mesmo profissões que décadas atrás não tinham crédito, já conseguem adquirir certos bens de consumo como videogames”, explica Dana.
Para o economista a tendência é o preço dos videogames baratearem, seguindo o fenômeno ocorrido com notebooks e celulares. Faz sentido: basta ver o caso do Xbox 360, que se lançado hoje custaria R$ 4.500 no Brasil; seu sucessor, o Xbox One, que chega em novembro deste ano, por R$ 2.300, praticamente a metade do preço.
Por Théo Azevedo do UOL, em São Paulo - Imagens UOL
